sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Carême

De família muito pobre, jovem Marie-Antoine Carême foi abandonado pelos pais aos 9 anos. Conseguiu um lugar de aprendiz de confeiteiro e venceu pela dedicação ao trabalho. Primeiro, lapidou seu talento em açúcar, marzipã e massa de confeiteiro para, só depois, avançar sobre os outros pratos de um banquete. Seu primeiro trabalho como prestador de serviços à corte foi o cerimonioso casamento de Jerônimo Bonaparte, irmão de Napoleão, com a princesa Catarina de Wurtembergue. . Exigente e cheio de ideias, ele queria ser chamado de chef e não parava de inventar pratos. Seus banquetes mais comentados foram servidos no Château de Valençay, a luxuosa propriedade próxima a Paris pertencente a Charles Maurice de Talleyrand, ex-bispo, príncipe e eterno confabulador. Os banquetes eram temperados pelas invenções do jovem Antonin, como o chef é conhecido pelos íntimos: molhos aveludados, cascatas de camarões, um tal de vol-au-vent (massa oca para ser incrementada com recheios salgados ou doces) e, principalmente, esculturas de açúcar em formatos fantasiosos, que iam desde templos gregos até harpas. Chamadas de pièces montées,ou peças montadas, elas enchiam os olhos dos convivas de Talleyrand. "O melhor auxiliar de um diplomata é seu cozinheiro", costumava dizer o príncipe. Coerentemente, quem reinava nas amplas cozinhas do castelo medieval, recém-reformado e redecorado, era Carême.

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