De
família muito pobre, jovem Marie-Antoine Carême foi abandonado pelos pais aos 9
anos. Conseguiu um lugar de aprendiz de confeiteiro e venceu pela dedicação ao
trabalho. Primeiro, lapidou seu talento em açúcar, marzipã e massa de confeiteiro
para, só depois, avançar sobre os outros pratos de um banquete. Seu primeiro
trabalho como prestador de serviços à corte foi o cerimonioso casamento de
Jerônimo Bonaparte, irmão de Napoleão, com a princesa Catarina de Wurtembergue.
. Exigente e cheio de ideias, ele queria ser chamado de chef e não parava de
inventar pratos. Seus banquetes mais comentados foram servidos no Château de
Valençay, a luxuosa propriedade próxima a Paris pertencente a Charles Maurice
de Talleyrand, ex-bispo, príncipe e eterno confabulador. Os banquetes eram temperados
pelas invenções do jovem Antonin, como o chef é conhecido pelos íntimos: molhos
aveludados, cascatas de camarões, um tal de vol-au-vent (massa oca para ser
incrementada com recheios salgados ou doces) e, principalmente, esculturas de
açúcar em formatos fantasiosos, que iam desde templos gregos até harpas.
Chamadas de pièces montées,ou
peças montadas, elas enchiam os olhos dos convivas de Talleyrand. "O
melhor auxiliar de um diplomata é seu cozinheiro", costumava dizer o
príncipe. Coerentemente, quem reinava nas amplas cozinhas do castelo medieval,
recém-reformado e redecorado, era Carême.
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